2010

Daisypath Vacation Ticker

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Arre burro
do Cadaval
carregado de sal.

Arre burro
de Pêro Moniz
carregado de funis.

Arre burro
de Caldas da Rainha
carregado
de farinha.

Arre burro
de Lisboa
carregado
de meloa.

Trabalho colectivo

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Carnaval

Pelo Carnaval, em Fevereiro,
cantamos e rimos contentes.
No circo há magia
e nas ruas há folia.

Brincam os palhaços,

aplaude a plateia.

Chovem as serpentinas
e riem as meninas.



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Beatriz e o Plátano


O que aprendemos com esta história?
1º Depois de termos apresentado várias hipóteses (antes de lermos o livro), ficámos finalmente a saber o que é um Plátano.
2º Aprendemos o significado da palavra "centenária".
3º Que devemos defender as coisas que realmente gostamos e que são importantes, como é o caso da Natureza.

Nós temos este livro na nossa escola e já é bem antigo. É de uma edição de 1977. Se não o tiverem, ouçam a história aqui.

http://recursoseb1.com/eraumavez/2008/02/18/beatriz-e-o-platano-ilse-losa/

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Lenços dos Namorados

Com o Dia dos Namorados a aproximar-se, quisemos recriar uma tradição antiga de Portugal. Porque não recriar a tradição dos lenços dos namorados, também conhecidos como "lenços dos pedidos"?
E assim foi. Metemos mãos à obra e vejam só como ficaram lindos.




É certo que só pintámos o desenho, mas cá estão eles para mostrar a cultura popular que, embora exista um pouco por todo o país, é na região minhota que tem maior incidência.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A "Varanda da Estremadura"

A Serra de Montejunto, com 666 m de altitude e aqui bem perto do Cadaval, é o miradouro natural mais alto da Estremadura. Quem sobe ao cume da Serra pode desfrutar da beleza desta "varanda da Estremadura". Em dias de boa visibilidade podem avistar-se locais como as Berlengas, o Sítio da Nazaré, o topo da Serra de Sintra, as Lezírias do Tejo e os "olivais" de Santarém.
A serra é também um refúgio para algumas espécies de animais e plantas (mais de 400 espécies de plantas identificadas). Quem visita a serra arrisca-se a encontrar mamíferos como o texugo, o gato bravo, a gineta ou o manguço. Pelos céus podemos observar, entre outros, o falcão peregrino, o peneireiro de dorso malhado ou o peneireiro cinzento, que já só é possível encontrar na Península Ibérica.
A nossa visita foi virtual, mas ainda assim muito prazerosa. Prometemos que um dia vamos lá a cima, vale a pena.

Pesquisa de Rui e Carla, 4º ano

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O Macaco de rabo cortado

O Macaco do rabo cortado - António Torrado
Era uma vez um macaco mariola, que andava de bata e sacola, como se fosse para a escola. Mas não ia. Era tudo a fingir.
Os rapazes, quando o viam passar, troçavam dele e gritavam:
- Macaco escondido com o rabo de fora... Macaco escondido com o rabo de fora...
Pois era. Realmente o rabo sobrava da bata e, muito comprido e retorcido, corria atrás do macaco para onde quer que ele fosse.
Então o macaco entrou numa barbearia e pediu ao barbeiro que lhe cortasse o rabo. O barbeiro afiou a navalha e zut! – rabo para um lado, macaco para o outro.
A operação deve ter doído, mas o macaco, que tinha tanto de vaidoso como de corajoso, não se importou. E de sacola e bata, muito empertigado, veio para a rua mostrar-se nos seus novos preparos.

Estavam uns homens à conversa, numa esquina. Quando o viram passar, um deles comentou:
- Macaco sem rabo é como um burro sem orelhas. Fica mais feio e fica mais minguado. Coitado!
O macaco ouviu-o, sentiu-se e correu ao barbeiro para lhe devolvesse o rabo. Talvez ainda pudesse ser cosido ou colado...
- Olha o macaco toleirão à procura do rabo. Que queria que eu lhe fizesse? Deitei-o fora e a camioneta do lixo levou-o – disse-lhe o barbeiro.
Aí o macaco zangou-se. E quando uma pessoa ou um macaco se zanga e perde a cabeça, faz disparates. Sem mais nem menos, agarrou numa das navalhas do barbeiro e disse:
- Nesse caso, levo-lhe a navalha com que me cortou o rabo.
E abalou.

Ia ele por uma rua, quando passou perto de uma peixeira.
- Que linda navalha traz o menino na mão- disse a peixeira.- O meu carinha de anjo não me quer dar a navalhita, para eu amanhar o meu peixe?
O macaco ficou todo derretido com as falas da peixeira e, já se vê, deu-lhe a navalha.
De mãos a abanar é que sabe bem passear...
Mas, passado algum tempo, veio-lhe a vontade de chamar outra vez sua à navalha e voltou atrás, à procura da peixeira.
- Olha o macaco paspalhão a perguntar pela navalha... Fique sabendo que não prestava para nada. Mal lhe peguei, para amanhar umas sardinhas, partiu-se – disse-lhe a peixeira.
Aí o macaco zangou-se. Zangou-se e fez outro disparate. Pegou numa canastra de sardinhas e abalou, dizendo:
- Nesse caso, levo-lhe as sardinhas com que me estragou a navalha.

Estava um padeiro à porta da padaria, quando o macaco passou com a canastra de sardinhas à cabeça.
- Psst, ó cavalheiro – chamou o homem, encostado à porta da padaria. – Um senhor tão distinto com sardinhas à cabeça não parece bem. Deixe-as cá ficar comigo, que tenho onde as guardá-las.
O macaco ficou sensibilizado com estas falas do padeiro, e, já se vê, deu-lhe as sardinhas.
Pois é. De mãos a abanar é que sabe bem passear...
Mas, passado algum um tempo, veio-lhe a vontade de chamar outra vez suas às sardinhas e voltou atrás, à procura do padeiro.
- Olha o macaco trapalhão a perguntar pelas sardinhas... Comi-as em cima do pão e estavam bem gostosas, fique sabendo- disse-lhe o padeiro.
Aí o macaco zangou-se. Zangou-se e fez outro disparate. Pegou num saco de farinha e atirou-o para os ombros, dizendo:
- Nesse caso, levo-lhe um saco de farinha com que fabrica o pão para comer as sardinhas.
E fugiu.

Estava uma senhora professora à janela da escola, a ver quem passava, enquanto as alunas brincavam no recreio. Passou o macaco com o saco às costas.
- Como ele vai carregado, o pobrezinho – disse a professora.
O macaco ficou comovido com estas falas da professora e, já se vê, deu-lhe o saco de farinha.
Pois é. De mãos a abanar é que sabe bem passear...
Mas, passado algum tempo, veio-lhe a vontade de chamar outra vez seu ao saco de farinha e voltou atrás, à procura da professora.
- Olha o malcriadão do macaco a exigir o que ainda há bocado nos deu, sem que ninguém lhe pedisse. Da farinha amassámos bolos e as minhas meninas comeram-nos todos – disse a senhora professora.
Aí o macaco zangou-se. Zangou-se e fez outro disparate. Agarrou numa menina e fugiu com ela, dizendo:
- Nesse caso, levo-lhe uma menina que comeu os bolos da minha farinha.
Mas a menina, ao colo do macaco, não parava de chorar.
- Quero a minha mãe. Quero a minha mãe, dizia a menina.
O macaco condoeu-se e, já se vê, levou-a a casa da mãe, que lhe agradeceu muito o encargo. Até a menina, depois de se assoar e limpar os olhos, lhe fez uma festinha de amizade.
Pois é. De mãos a abanar é que sabe bem passear...
Mas, passado algum tempo, começou a sentir saudades da menina e voltou atrás, a saber dela.
- Querem lá ver o maganão do macaco que não pára de rondar-me a casa- disse-lhe a mãe da menina. – A minha filha está a ajudar-me a lavar a roupa, que eu estou a estender, e se ainda quer saber mais vou chamar o meu marido, que anda na horta, e já lhe trata da saúde.
Aí o macaco zangou-se. Zangou-se e fez outro disparate. Agarrou numa camisa que estava estendida e abalou com ela, dizendo:
- Nesse caso, levo-lhe uma camisa fina lavada pela menina.
Estava um velho violeiro a trabalhar à porta da oficina, quando o macaco por ele passou, a correr.
- Senhor camiseiro, ò senhor camiseiro, deixe-me ver a sua mercadoria – disse-lhe o violeiro.
O macaco passou e aproximou-se do velhote, que vestia uma camisa muito velha e esfarrapada.
- Parece de bom pano – disse o violeiro. – Só tenho pena que a minha bolsa não chegue a semelhante luxo. Afinal uma vida de trabalho não dá direito a camisa fina.
O macaco ficou impressionado com as falas do velhote e, já se vê, deu-lhe a camisa.
Pois é. De mãos a abanar é que sabe bem passear...
Mas, passado algum tempo, e como de costume, arrependeu-se e voltou atrás, à procura do violeiro.
- Olha o aldrabão do macaco que não me deixa em paz. A camisa não valia nem o trabalho de vesti-la. Era tão fina, que se rasgou toda, quando a pus. E se continua aí especado ainda lhe atiro com esta viola à cabeça – gritou-lhe o violeiro.
O macaco, isto ouvindo, arrancou a viola das mãos do velho e disse:
- Nesse caso, antes que a estrague na minha cabeça, levo-a eu inteira, que melhor me serve inteira do que partida.
E fugiu com a viola ao ombro.
- Agarra que é ladrão! – gritou o violeiro, correndo atrás dele.
O macaco trepou a uma árvore, saltou para uma varanda, subiu a um telhado e lá de cima espreitou cá para baixo.

Estava um grande ajuntamento na rua. Era o violeiro, o pai e a mãe da menina, a professora, o padeiro, a peixeira, o barbeiro e muita rapaziada. Todos apontavam para ele, cantando e troçando:
- Olha o macaco mariola
que de rabo fez navalha
da navalha fez sardinha
da sardinha fez farinha
da farinha fez menina
da menina fez camisa
da camisa fez viola
e agora deu à sola
e agora deu à sola.

O macaco no telhado repimpado pegou na viola e respondeu-lhes:
- Pois se agora dei à sola
Pois se agora vos fugi
É que a mim ninguém me enrola
E de mim ninguém se ri.
Timglintim, tinglintim.
Timglintim, timglintim.

Cá em baixo, continuava a surriada. Riam-se e cantavam para ele:
- Olha o macaco mariola,
estarola e gabarola
com pancada na cachola,
dá e tira, mata e esfola,
ora parte, ora cola,
ora mete para a sacola...
Dá a esmola, tira a esmola,
mariola, mariola
quem te meta na gaiola,
quem te meta na gaiola.

Mas o macaco no telhado respondia ao desafio:
- Não me metem na gaiola
que de mim ninguém se ri.
A tocar nesta viola,
tinglintim, tinglintim,
a dançar com castanholas
vou daqui para Madrid.
Sou macaco mariola
e rei do charivari,
porque a mim ninguém me enrola
e a tocar nesta viola
tinglintim, tinglintim
não tenham pena de mim.
Tinglintim, tinglintim
não tenham pena de mim,
tinglintim, tinglintim
não tenham pena de mim...
Foi-se embora o macaco...